A abertura do Colégio Coração de Jesus, que daí por diante cresceria passo a passo com o Convento, deu-se em 15 de janeiro de 1898. Com o crescimento das Obras, o aumento do número de Irmãs e a previsão de expansão da missão religiosa, surgiam assuntos importantes que nem sempre podiam ser discutidos só por correspondência com a Casa Matriz – em Münster – dada ainda a morosidade do correio. Assim, ainda nesse ano de 1898, no dia 12 de outubro, Irmã Albina realiza a primeira viagem de volta à Alemanha. Retorna no dia 22 de fevereiro de 1899, trazendo consigo mais um grupo de oito Irmãs.
Seguindo a tradição da Congregação, que desde a sua fundação tivera sempre ao lado da Superiora Geral um sacerdote como Superior, ou Diretor, foi também nomeado um Superior para acompanhar e assessorar as Irmãs no Brasil, em suas reflexões e decisões. Foi com esta responsabilidade que, em 28 de setembro de 1899, assume o Pe. Carlos Schmees, até então coadjutor do Pe. Topp na paróquia da Capital. Inicialmente, o Padre Superior ficou residindo no Hospital de Caridade, como capelão do mesmo, até a sua substituição, aí, pelo Pe. Ganarini, antes Pároco em Santo Amaro. No dia 03 de outubro, foi recebido festivamente no Convento Coração de Jesus, anexo ao qual passou a residir e cujo desenvolvimento acompanhou de perto durante os oito anos seguintes. Pe. Carlos Schmees aconselhava e colaborava com as Irmãs, coordenava o ensino religioso nas Escolas, representava os interesses da Congregação junto às autoridades e viajava às diversas Filiais.
Com a saúde há tempo abalada, o Pe. Schmees decidiu voltar à Alemanha, despedindo-se, no dia 15 de fevereiro de 1907, da “missão brasileira do Coração de Jesus”, que muito amara. Em seu lugar, os dedicados padres jesuítas, também já há algum tempo em Florianópolis, assumiram a direção espiritual das Irmãs, a celebração diária da missa em sua Capela e todo o atendimento Pastoral do Colégio. Em 1909, os padres franciscanos, que haviam fundado uma residência em Florianópolis, passaram a atender espiritualmente a Província e o Colégio. É sintomático que, com a retirada do Pe. Schmees, a figura de “Superior” desapareceu no Brasil, enquanto na Alemanha se manteve até 1976, em nível de Direção Geral.
Na história da Congregação no Brasil o primeiro ano do século vinte ficou marcado pelo lançamento da pedra fundamental do novo “Convento Coração de Jesus”, mais tarde sede da primeira Província Brasileira. A solenidade, presidida pelo então Pe. Superior Schmees, na presença dos Padres Ohters e Sundrup e de todas as moradoras da casa, realizou-se no dia 30 de outubro de 1901.
A bênção solene da nova Capela foi celebrada pelo Pe. Diretor Wienken, como ato final de sua primeira visita à missão brasileira, em setembro de 1902. Diz a crônica que “essa rara solenidade transcorreu de forma belíssima. Quase todos os sacerdotes alemães de Santa Catarina estavam presentes; também o Governador do Estado, Dr. Lauro Müller e muitos benfeitores e pessoas amigas da cidade compareceram à festiva cerimônia”.
Com a chegada das “aspirantes” Irene Moser, Angelina Pisetta e Emília Reuter, vindas de Blumenau e de Gertrud Werner, de Brusque, no dia 04 de dezembro de 1902, começou a funcionar também um primeiro “Aspirantado”, depois, por tantos anos, Casa de jovens idealistas que se preparavam para a entrada no Noviciado.
Aos poucos, diante do contínuo crescimento da missão, seja em Obras ou em número de Irmãs, com um promissor Noviciado e Aspirantado, tornava-se mais e mais evidente a necessidade de uma Administração Central, com mais autonomia em relação à Casa Matriz de Münster. É a idéia da Província Brasileira, que começa a tomar forma.
Deste e do outro lado do Atlântico, as Irmãs estão atentas aos “sinais dos tempos”, mesmo que este conceito não apareça ainda no seu vocabulário e nas suas reflexões. Começam as mudanças, que preparam o “terreno” e os ânimos para uma situação nova. Em 1905, após oito anos de abençoada atividade no “Coração de Jesus”, como coordenadora do Convento e do Colégio, Irmã Albina é nomeada coordenadora em Curitiba e substituída por Irmã Wigberta, a qual, já em 1906, é nomeada coordenadora da nova comunidade que assumirá o Hospital Municipal de Joinville.